Maduro chama canal de notícias alemão de 'nazista'

O ditador Nicolás Maduro rotula a Deutsche Welle de "nazista" em uma tentativa desesperada de silenciar críticas justificadas sobre corrupção e repressão no país

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Maduro chama canal de notícias alemão de 'nazista'
Reprodução

Em um episódio que marca mais um capítulo sombrio na história da liberdade de expressão sob o regime chavista na Venezuela, o presidente Nicolás Maduro recorreu a acusações infundadas e calúnias para desqualificar a Deutsche Welle (DW), uma renomada emissora de notícias alemã. Em uma manifestação pública de sua intolerância crônica à crítica e à verdade, Maduro etiquetou o canal como "nazista" após a divulgação de uma reportagem investigativa sobre a corrupção endêmica que assola a nação caribenha.

A ofensiva contra a DW, seguida pelo corte abrupto de sua transmissão pelas principais operadoras de TV a cabo do país, foi denunciada pelo Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa (SNTP) e representa não apenas um ataque direto à liberdade de informação, mas também um reflexo do autoritarismo que define o regime de Maduro. A acusação de Maduro contra a imprensa internacional, em especial contra veículos que se dedicam à reportagem factual e ao jornalismo investigativo, é um claro indicativo de sua estratégia de manter a população venezuelana na escuridão, impedida de acessar notícias não filtradas pelo governo.

Peter Limbourg, diretor da DW, em um apelo ao governo venezuelano, solicitou a restauração imediata da distribuição do canal no país, destacando o ataque severo à liberdade que tal censura representa. A resposta de Limbourg ao despotismo de Maduro foi incisiva, lembrando ao mundo que milhões de venezuelanos se viram forçados a fugir da opressão, da pobreza e da violência que caracterizam o regime chavista, um regime onde a liberdade de imprensa praticamente não existe.

A reportagem que desencadeou a ira de Maduro elucidava o envolvimento de políticos de alto escalão com atividades ilícitas, como narcotráfico, garimpo ilegal e extorsão, lançando luz sobre a complexa rede de corrupção que sustenta o governo venezuelano. A reação de Maduro, comparando a crítica fundamentada em fatos a ações "nazistas", é uma demonstração clara de sua incapacidade de enfrentar a verdade e sua preferência por reprimir qualquer voz dissidente.

O ministro da Comunicação, Freddy Ñáñez, juntou-se ao coro de repúdio contra a verdade, acusando a DW de espalhar mentiras e ódio contra a Venezuela. No entanto, tais alegações apenas reforçam o entendimento de que o governo venezuelano se mantém através da desinformação e da censura, em uma tentativa vã de ocultar a realidade de seu povo.

Enquanto o regime de Maduro continua a calar a imprensa e a criticar aqueles que revelam a verdade, a DW assegura que seus conteúdos permanecem acessíveis aos venezuelanos por meio de seu site e redes sociais. A luta pela liberdade de expressão na Venezuela é mais do que uma questão de direitos civis; é uma batalha pela alma da nação, confrontando a repressão com a resiliência da verdade.

As denúncias de organizações defensoras da liberdade de expressão sobre o fechamento de mais de 200 veículos de comunicação no país evidenciam a escalada repressiva do governo chavista, que, durante duas décadas, tem estrangulado a liberdade de imprensa. O caso da Deutsche Welle é apenas um exemplo recente de uma prática contínua de silenciar vozes críticas, uma prática que deve ser condenada e combatida em todas as frentes pela comunidade internacional.