Nicolás Maduro cantou “Imagine”, de John Lennon, durante ato chavista neste sábado (15), pedindo “paz” aos Estados Unidos enquanto acusava a Casa Branca de planejar ataques contra a Venezuela. A encenação ocorreu na juramentação dos Comitês Bolivarianos de Base, estruturas usadas pelo regime para repressão interna. O público balançou os braços enquanto o ditador utilizava símbolos pacifistas para mascarar sua própria máquina de violência. O discurso ocorre no momento em que o país está há três meses em mobilização militar contínua, sustentada pela narrativa de “ameaça” estrangeira. Enquanto isso, as denúncias internacionais se acumulam. Um relatório da ONU concluiu que o regime cometeu crimes contra a humanidade, com relatos de torturas, choques elétricos em genitália, estupros, espancamentos e desaparecimentos forçados, tudo aplicado de forma coordenada para silenciar opositores. Apesar de 17.943 vítimas registradas desde 2017, apenas 358 casos tiveram condenação, demonstrando a impunidade estrutural do sistema chavista. A tentativa de Maduro de se apropriar de uma canção pacifista contrasta com o histórico de brutalidade que marcou sua permanência no poder, evidenciando o abismo entre o teatro público do regime e a realidade de dor vivida por milhares de venezuelanos.
Maduro usa canção pacifista enquanto regime é acusado de atrocidades
Ditador tenta encenar apelo por paz diante de denúncias de tortura e repressão