Dois desembargadores do Tribunal de Justiça de Santa Catarina declararam-se suspeitos em processos relacionados ao empresário Luciano Hang após participarem de um jantar promovido por ele. O evento, realizado em 16 de dezembro, celebrou a restauração de um prédio histórico em Brusque e reuniu mais de dez magistrados. A proximidade entre juízes e uma parte interessada gerou forte reação pública, culminando na abertura de uma investigação pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
A juíza Haidée Denise Grin, relatora do caso, solicitou a redistribuição do processo para evitar dúvidas sobre sua imparcialidade, afirmando: “Para que não paire qualquer dúvida sobre minha imparcialidade no exercício da judicatura.” Em seguida, o juiz André Carvalho também declarou suspeição por contato com uma das partes, reforçando a necessidade de transparência para preservar a confiança pública no Judiciário.
O ministro Mauro Campbell Marques, corregedor nacional de Justiça, determinou a apuração do caso. Caso seja comprovada parcialidade, os magistrados poderão enfrentar punições severas, como a aposentadoria compulsória. Em nota, o Tribunal de Justiça destacou que “o princípio da independência funcional garante aos magistrados a autonomia e a imparcialidade necessárias ao exercício de suas funções”.