O Equador, imerso em um turbilhão de violência e desordem, confronta pelo terceiro dia seguido, nesta quarta-feira (10), a brutalidade desenfreada de gangues criminosas e traficantes de drogas. Este caos sem precedentes já resultou em, no mínimo, 10 mortes desde a última segunda-feira (8). A situação tornou-se ainda mais grave com a tomada de reféns em massa nas prisões do país: mais de 130 funcionários do sistema prisional, incluindo 125 guardas e 14 funcionários administrativos, estão sob o jugo dos detentos, conforme reportado pela agência prisional SNAI.
Em uma tentativa de reprimir essa onda de violência, centenas de militares foram desdobrados, formando um perímetro de segurança ao redor da sede presidencial, no coração de Quito. As ruas, normalmente pulsantes de atividade, estão agora desoladas. Em áreas como o norte da cidade, o parque La Carolina, um local de lazer popular entre os quase três milhões de habitantes, jazia abandonado. As avenidas de Quito e Guayaquil, no sudoeste, estavam estranhamente tranquilas, com a maior parte do comércio local fechado.
A violência perpetrada por essas facções, ligadas a cartéis mexicanos e colombianos, atingiu um patamar alarmante com um incidente chocante transmitido ao vivo na terça-feira (9). Homens armados com fuzis e granadas tomaram o controle da emissora pública TC Televisão durante um noticiário, ameaçando jornalistas e ferindo dois funcionários. Este ataque em Guayaquil, transmitido em tempo real, semeou o terror entre os cidadãos, muitos dos quais buscaram refúgio em suas casas.
Face a esta escalada de violência, o presidente Daniel Noboa, empossado em novembro, declarou um “Estado de conflito armado interno”, mobilizando as Forças Armadas para combater esta ameaça à ordem pública. Este é um momento crítico para o Equador, que testemunha a luta desesperada de seu governo contra as forças desestabilizadoras do crime organizado, numa tentativa de restaurar a paz e a segurança em suas cidades.