Em um desdobramento que suscita tanto surpresa quanto ceticismo, Marta Suplicy, ex-prefeita de São Paulo, prepara-se para um retorno controverso ao Partido dos Trabalhadores (PT). Esta filiação, agendada para 2 de fevereiro, representa mais do que uma mera mudança de bandeira partidária: ela simboliza uma aliança política que reúne, sob o mesmo estandarte, duas figuras polêmicas - Marta Suplicy e o deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP). Eles se preparam para concorrer à prefeitura de São Paulo, com as eleições marcadas para outubro deste ano, conforme informado pelo Poder360.
O local escolhido para o evento de filiação ainda permanece indefinido, mas espera-se a presença de figuras proeminentes do PT e membros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como o ministro Paulo Teixeira. Esta reunião de nomes notórios do partido e do governo atual evidencia o peso político que a filiação de Marta carrega consigo.
A reconciliação de Marta Suplicy com o PT, após uma saída tumultuada em 2015, foi oficializada na terça-feira (16.jan) pela executiva do partido em São Paulo, com uma votação que demonstrou um apoio majoritário, ainda que não unânime.
Esta filiação e aliança com Boulos geram um cenário intrigante. O deputado estadual Eduardo Suplicy (PT-SP), após ter sua proposta de prévias partidárias desconsiderada, optou por apoiar a candidatura de sua ex-esposa junto ao pré-candidato do Psol. Este apoio, embora político, não deixa de ser um gesto de cunho pessoal e familiar.
A decisão de Marta de se unir a Boulos como candidata a vice foi tomada após um encontro com Lula no Palácio do Planalto. Este encontro não apenas selou o acordo, mas também simbolizou a influência direta de Lula nas estratégias e movimentações dentro do PT.
O pacto político entre Marta e Boulos foi finalizado em um encontro na residência de Marta em São Paulo. Durante essa reunião, Boulos teria apresentado a Marta um projeto com o intuito de "vencer o bolsonarismo em São Paulo", uma declaração que ressoa como um eco das contínuas disputas e divisões ideológicas no cenário político brasileiro.
A reintegração de Marta Suplicy ao PT, ao lado de Boulos, levanta questionamentos significativos. Esta união, marcada por passados políticos conturbados e agendas ideológicas divergentes, reflete as constantes manobras e rearranjos no tabuleiro político brasileiro. A filiação representa não apenas um retorno ao PT, mas também um movimento estratégico que pode redefinir o panorama político de São Paulo e, por extensão, do Brasil.