Em uma ação que vem gerando ampla controvérsia, o Ministério da Educação tomou a decisão de incluir nas bibliotecas de escolas públicas o livro "O Avesso da Pele", do autor Jeferson Tenório. Este ato se deu no âmbito do Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD), que tem por finalidade enriquecer o acervo literário disponível aos estudantes por meio da aquisição e distribuição de obras selecionadas.
A polêmica veio à tona após Janaina Venzon, diretora de uma unidade de ensino em Santa Cruz do Sul (RS), denunciar nas redes sociais o conteúdo explicitamente sexual de algumas passagens da obra, as quais considerou inapropriadas para o público juvenil. Venzon informou que sua escola recebeu 200 exemplares do livro sem que houvesse qualquer solicitação formal por parte da instituição.
Entre os trechos expostos pela diretora, destaca-se uma descrição explícita de órgãos genitais e atos sexuais, empregando linguajar chulo e expressões vulgarmente associadas à sexualidade. A veracidade dessas passagens foi confirmada pelo site Gazeta do Povo, que também identificou outras seções de teor adulto na obra.
Além de seu conteúdo sexualmente explícito, "O Avesso da Pele" aborda temas como violência, consumo de drogas e discriminação racial, elementos que, conforme descrito pela editora Companhia das Letras, visam refletir sobre identidade, relações raciais e negritude. No entanto, a forma como esses assuntos são tratados suscita preocupações quanto à adequação do material para adolescentes, especialmente em um contexto educacional.
Contudo, o testemunho de Venzon, que nega ter solicitado o livro, levanta dúvidas sobre a eficácia desse sistema e reacende o debate sobre os critérios de seleção de conteúdo didático. Este incidente reflete a crescente preocupação com a erosão dos valores tradicionais e morais no ensino, evidenciando a necessidade de um escrutínio mais rigoroso sobre os materiais distribuídos nas instituições educacionais, a fim de proteger a formação ética e moral dos jovens brasileiros.