O escândalo envolvendo o INSS avançou em direção ao Planalto após a Polícia Federal apreender mensagens atribuídas a Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”. Nos diálogos, ele menciona uma suposta “orientação” repassada a Swedenberger Barbosa, então secretário-executivo do Ministério da Saúde e, atualmente, chefe de gabinete adjunto do presidente da República.
Dados obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação indicam que Antunes esteve ao menos cinco vezes na secretaria comandada por Barbosa. O objetivo das tratativas seria viabilizar um contrato sem licitação para o fornecimento de canabidiol ao SUS. A negociação teria contado com a participação de Roberta Luchsinger, amiga de Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, e também alvo das investigações da PF.
Segundo os investigadores, Roberta recebeu R$ 1,5 milhão de Antunes. Em uma das transferências, ele teria justificado o pagamento afirmando que o valor seria destinado a “o filho do rapaz”. Quando o caso passou a ser apurado pela imprensa, mensagens mostram Roberta orientando que aparelhos telefônicos fossem descartados, numa tentativa de eliminar provas.
A iniciativa não conteve o avanço das apurações. Antonio Carlos Camilo Antunes foi preso em setembro, e o conteúdo das mensagens passou a integrar o inquérito. A principal incógnita agora é o significado e o alcance da “orientação” citada nos diálogos, ponto que mantém o caso sob crescente atenção das autoridades.