Em um marco histórico, o México superou a China como principal exportador de bens para os Estados Unidos em 2023, revertendo uma posição que durava há duas décadas. A mudança reflete uma complexa confluência de fatores, incluindo as tensões geopolíticas entre Washington e Pequim, o impacto da pandemia de COVID-19 na economia chinesa e a estratégia americana de diversificar suas fontes de suprimento para países geograficamente mais próximos.
Os dados, divulgados na quarta-feira (7 de fevereiro de 2024) pelo Departamento de Comércio dos EUA, revelam um crescimento de cerca de 5% nas importações norte-americanas de produtos mexicanos em 2023, totalizando US$ 475,6 bilhões. Já as importações de bens chineses registraram queda de aproximadamente 20% no mesmo período, alcançando US$ 427,2 bilhões. A última vez que o México havia liderado o ranking foi em 2002.
Entre os principais motivos que explicam a queda nas compras de produtos chineses estão as tensões diplomáticas entre os países, que se intensificaram durante a gestão do ex-presidente americano Donald Trump. Em 2018, Trump impôs tarifas mais altas sobre produtos chineses, medida que foi mantida pelo atual presidente, Joe Biden.
Biden também implementou políticas de incentivo para que as empresas norte-americanas buscassem fornecedores em países aliados ou transferissem suas operações para os EUA. Essa estratégia visa reduzir a dependência americana da China e fortalecer as cadeias de suprimento regionais.
No geral, o déficit comercial americano em bens diminuiu 10% em 2023, alcançando US$ 1,06 trilhão. As exportações de bens caíram US$ 39,2 bilhões, para US$ 2,05 trilhões em 2023, enquanto as importações registraram queda de US$ 160,5 bilhões, totalizando US$ 3,1 trilhões no ano passado.
A ascensão do México como principal fornecedor dos EUA representa uma mudança geopolítica significativa com implicações para as relações comerciais entre os três países. As tensões entre Washington e Pequim continuarão a influenciar os fluxos comerciais, enquanto a estratégia americana de diversificação de fornecedores se consolida.
A mudança na liderança do ranking de exportadores para os EUA ocorre em um contexto de crescente rivalidade entre Washington e Pequim, intensificada pela guerra comercial iniciada em 2018. A pandemia de COVID-19 também contribuiu para a diversificação das cadeias de suprimento, com os EUA buscando reduzir sua dependência da China.
Impacto:
A mudança pode ter um impacto significativo nas relações comerciais entre os três países, além de influenciar as cadeias de suprimento globais. O México pode se beneficiar da nova posição, enquanto a China pode enfrentar desafios para manter sua posição como principal exportador mundial.
O futuro das relações comerciais entre os EUA, China e México ainda é incerto, mas a mudança no ranking de exportadores é um sinal importante das tendências em curso no cenário geopolítico e comercial global.