Em um cenário onde a verdade e a ética jornalística são cruciais, surge um caso emblemático de manipulação midiática e desinformação. O perfil Choquei, com seus mais de 27 milhões de seguidores, confessou publicamente ter usado sua influência para apoiar a candidatura de Lula no ano passado, desencadeando uma série de eventos que culminaram na trágica morte de uma jovem de 22 anos. Contudo, o que surpreende é o ensurdecedor silêncio do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a inclusão dos responsáveis no inquérito 4.781, conhecido como “inquérito das fake news”.
Esta omissão do STF, e especificamente do ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito, contrasta de maneira gritante com a abordagem anteriormente adotada pela Corte. Críticos da esquerda e figuras alinhadas à direita política foram prontamente incluídos no mesmo inquérito sob a alegação de disseminação de desinformação. Este inquérito, que perdura há quase cinco anos, já resultou em prisões e diversas medidas cautelares, afetando parlamentares e jornalistas.
O caso do perfil Choquei, entretanto, parece estar imune a esta vigilância rigorosa. Apesar da gravidade das ações do perfil, que incluem a confissão de ter compartilhado uma notícia falsa que precipitou o suicídio de Jéssica Vitória Canedo e a ironia do proprietário, Raphael Sousa, nas redes sociais, o STF mantém um silêncio questionável. Essa postura revela uma tendência preocupante do STF em não encaminhar a inclusão dos responsáveis pela Choquei em inquéritos, aparentemente por não se enquadrarem no perfil usualmente classificado como ameaça pela Corte.
Essa discrepância na atuação do STF levanta sérias questões sobre a imparcialidade e a integridade da justiça brasileira. Em um momento em que a sociedade clama por justiça e equidade, a aparente leniência do STF diante de um caso de desinformação tão explícito e com consequências tão trágicas é motivo de grande preocupação. A atuação parcial do STF não apenas mina a confiança do público na justiça, mas também alimenta a percepção de um sistema judicial comprometido com interesses políticos específicos, ao invés de se pautar pelos princípios de imparcialidade e justiça.
Este episódio evidencia a necessidade urgente de uma reformulação na abordagem da justiça brasileira frente aos casos de desinformação, garantindo que todos, independentemente de sua posição política, sejam tratados com igual rigor e justiça. A manutenção da integridade da nossa democracia depende de uma justiça verdadeiramente imparcial e de uma mídia comprometida com a veracidade dos fatos, princípios essenciais para a construção de uma sociedade justa e equitativa.