O Ministério dos Povos Indígenas financiou 24 viagens, totalizando 66 dias, para Hony Sobrinho, amigo pessoal da ministra Sônia Guajajara e ex-chefe de comunicação da Apib, sem que houvesse um vínculo formal com o governo. Essa prática levantou questionamentos sobre a gestão de recursos públicos, visto que Hony, apesar de não ser servidor, atuava em funções típicas de um assessor governamental.
Com um gasto de R$ 76,2 mil em despesas de viagem para Sobrinho desde fevereiro de 2023, o montante se aproxima dos recursos destinados a um projeto contra o tráfico de drogas em terras indígenas, que contava com um orçamento de R$ 100 mil. Essa comparação ressalta um potencial desequilíbrio na distribuição de fundos públicos.
A inclusão de Hony como “colaborador eventual”, uma categoria que permite a participação de não servidores com habilidades técnicas específicas em atividades do governo, suscitou debates sobre critérios de seleção e fiscalização dessas colaborações.
Em resposta, o ministério defendeu o uso desse mecanismo como legal e conforme as normativas, alegando que os colaboradores são escolhidos com base em sua expertise. Contudo, a falta de detalhes sobre as atribuições e a necessidade das viagens de Sobrinho permanece um ponto de interrogação sobre a transparência e a eficácia na alocação de recursos públicos.