A ministra da Saúde, Nísia Trindade, tomou apenas uma dose de reforço da vacina contra a Covid-19 em 2024, contrariando a recomendação oficial da pasta que comanda. O próprio Ministério da Saúde orienta que idosos recebam duas doses anuais, com um intervalo de seis meses, mas a ministra, de 66 anos, não seguiu essa diretriz, conforme revelado via Lei de Acesso à Informação (LAI). A negligência expõe a incoerência de um governo que exige da população aquilo que seus próprios integrantes não cumprem.
De acordo com o documento “Estratégia de Vacinação Contra a Covid-19”, idosos devem receber reforços semestrais, mas Nísia, que tomou a dose em fevereiro, deixou de receber a segunda a partir de agosto, como deveria. Em resposta, o Ministério da Saúde afirmou que a ministra recebeu seis doses e atualizará sua caderneta nesta semana. O episódio ocorre enquanto a pasta enfrenta uma série de falhas na gestão de vacinas, incluindo o descarte de 10,9 milhões de doses vencidas e a incineração de R$ 1,9 bilhão em imunizantes e medicamentos.
Além das doses vencidas, outro problema assombra a pasta: até agora, não há campanha nacional de vacinação contra a Covid para 2025, algo que tradicionalmente era planejado com antecedência. A falta de planejamento e as contradições na gestão minam a confiança da população e evidenciam a falta de coerência no discurso oficial. O caso de Nísia Trindade é apenas mais um reflexo de uma administração que prega uma coisa, mas faz outra.
