Após lucros expressivos durante a pandemia, as grandes montadoras enfrentam uma crise sem precedentes. Empresas como Nissan, Volkswagen e Stellantis têm recorrido a medidas drásticas para conter perdas. A Nissan anunciou a demissão de 9 mil trabalhadores, enquanto a Volkswagen cogita fechar fábricas na Alemanha, decisão inédita na história da companhia. Na Stellantis, a saída do presidente Carlos Tavares revela a gravidade da situação diante da concorrência crescente.
O cenário atual desmonta a bolha criada pela escassez de semicondutores e preços elevados durante a pandemia. A pressão das montadoras chinesas, como BYD e Chery, que oferecem veículos mais baratos e de alta qualidade, tem desafiado o domínio ocidental em mercados como Brasil e Tailândia. Essas marcas consolidam sua presença com estratégias agressivas e inovação, conquistando consumidores antes fiéis às fabricantes tradicionais.
Nos Estados Unidos, a GM estima prejuízos superiores a US$ 5 bilhões devido à reestruturação na China. Enquanto isso, na própria China, a Volkswagen registra queda de 10% nas vendas nos primeiros nove meses do ano. O fracasso em se adaptar às novas exigências do mercado revela a incapacidade de algumas montadoras em competir com a eficiência e os preços competitivos de rivais asiáticas. A transição para um futuro tecnológico exige mudanças profundas para que o setor automotivo recupere seu protagonismo.