No julgamento, Alexandre de Moraes declarou que o "conjunto de provas aponta inequivocamente para a liderança de Bolsonaro" em suposta tentativa de golpe. O relator listou 13 fatos entre julho de 2021 e janeiro de 2023, incluindo atos de 7 de setembro de 2021, uso da Abin, ataques ao Judiciário, campanhas de desinformação e um suposto plano chamado "Punhal Verde e Amarelo" para atingir Lula, Alckmin e ele próprio.
Especialistas alertam, porém, que muitos dos elementos citados carecem de comprovação robusta e parecem amplificados para sustentar a narrativa do relator.
Moraes enfatizou que não se discute se houve tentativa de golpe, mas sim o grau de participação de cada réu. Ele citou reuniões no Palácio da Alvorada, minutas de decretos de estado de sítio e mobilização militar como evidências da trama, ainda que algumas dessas provas tenham sido obtidas com atrasos ou de forma questionável, o que levanta dúvidas sobre a imparcialidade da análise.
O relator insistiu que as declarações de Bolsonaro em 7 de setembro de 2021, quando prometeu não cumprir decisões judiciais, não podem ser tratadas como meras "conversas de bar", mas críticos apontam que o exagero na interpretação das falas contribui para um julgamento marcado por contornos políticos, mais do que estritamente jurídicos.