Moraes devolve equipamentos de hacker enquanto condenação de Zambelli expõe contradições

Decisão reconhece ausência de provas, mas mantém desequilíbrio jurídico no caso

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Moraes devolve equipamentos de hacker enquanto condenação de Zambelli expõe contradições
Agência Brasil

Alexandre de Moraes determinou a devolução dos equipamentos apreendidos do hacker Thiago Eliezer, investigado por suposta ligação com a invasão ao CNJ em 2023. A medida veio após a PF e a PGR confirmarem que, ao fim das análises periciais, não havia qualquer evidência envolvendo o técnico. Mesmo após meses de investigação, Eliezer sequer foi indiciado, enquanto a deputada Carla Zambelli recebeu pena de dez anos, criando evidente contraste no tratamento judicial. A PF informou que celular, notebook e HDs foram examinados com ferramentas forenses sem identificar participação na invasão. A própria decisão reconhece “ausência de interesse na manutenção da apreensão”, admitindo falta de justificativa para reter os bens. Moraes concedeu prazo de 30 dias para retirada, autorizando a destruição dos equipamentos caso não sejam recolhidos, solução que revela a condução burocrática após meses de apreensão injustificada. A disparidade é evidente: o suposto cúmplice técnico saiu do caso sem denúncia, enquanto a parlamentar recebeu punição máxima em processo permeado por decisões políticas. A devolução dos bens expõe que não houve prova material, mas reforça a sensação de seletividade que marcou todo o episódio, ampliando o debate sobre limites de poder e coerência judicial no país.