Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, foi convidado pelo Lide para o Lide Brazil Investment Forum, evento que ocorrerá nos dias 12 e 13 de maio em Nova York. A iniciativa, organizada pelo grupo do ex-governador João Doria, pretende reunir empresários e políticos para debater questões econômicas. No entanto, a presença do ministro ocorre em um momento em que sua atuação no Brasil desperta preocupações no cenário internacional, especialmente após a Câmara dos EUA avançar com um projeto de lei contra autoridades que atentam contra a liberdade de expressão.
O projeto, de autoria dos deputados María Elvira Salazar e Darrell Issa, menciona diretamente Moraes como um dos responsáveis por medidas autoritárias contra vozes dissidentes, incluindo a censura imposta a Elon Musk e ao X (antigo Twitter). A movimentação no Congresso americano demonstra que a postura do magistrado tem repercussões negativas fora do Brasil, algo que pode impactar sua recepção no evento do Lide. Em visita anterior a Nova York, ele foi hostilizado por brasileiros, assim como outros ministros do STF que estiveram nos EUA. Diante desse cenário, é difícil não especular sobre o possível receio do ministro em pisar novamente em solo americano, onde sua presença não é bem-vinda por parte da comunidade brasileira e agora também por setores políticos locais.
A ida de Moraes ao fórum levanta questionamentos sobre sua real finalidade. Enquanto o Lide apresenta o evento como um espaço para “fortalecer relações bilaterais”, a conjuntura internacional sugere que o ministro pode estar buscando apoio em meio ao crescente desgaste de sua imagem. Diante do cerco que se fecha nos Estados Unidos contra autoridades que cerceiam liberdades individuais, a presença de Moraes pode ser menos sobre investimentos e mais sobre tentativas de resguardar sua posição política – se é que terá coragem de comparecer.