Moraes evita prisão preventiva e reforça Bolsonaro como símbolo de resistência

Supremo teme que prisão transforme ex-presidente em mártir político e amplie sua base

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Moraes evita prisão preventiva e reforça Bolsonaro como símbolo de resistência
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O Supremo Tribunal Federal vive um impasse que revela mais sobre política do que Justiça. Nos bastidores, cresce a avaliação de que prender Jair Bolsonaro preventivamente seria um erro estratégico: isso o transformaria em mártir e fortaleceria ainda mais sua narrativa de perseguição, entregando à oposição munição valiosa.

Juristas de diferentes espectros reconhecem o dilema. Walter Maierovitch afirmou que “a prisão preventiva de Bolsonaro não vai sair nem a pau”, pois isso só reforçaria “a história da perseguição política, agora com base em elementos sólidos”. Até críticos admitem que uma prisão evidenciaria o ativismo político do STF.

Esse cálculo, mais político que legal, expõe um Supremo que dosou repressão com conveniência. A democracia virou xadrez de interesses, e o tribunal, refém do próprio ativismo, vê sua credibilidade se desgastar.

Enquanto o STF tenta equilibrar pressão popular e custo diplomático, Bolsonaro amplia sua força política. Cada recuo do tribunal é interpretado por sua base como vitória, reforçando a imagem do ex-presidente como vítima de um sistema que tenta silenciá-lo.

No fim, ao evitar a prisão por temer as consequências, Moraes e o Supremo acabam fortalecendo Bolsonaro, que segue ganhando protagonismo e apoio popular.