Alexandre de Moraes saudou a recondução de Paulo Gonet ao comando da Procuradoria-Geral da República, afirmando que o procurador atua na “defesa da democracia”. O elogio, porém, contrasta com o placar acirrado: 45 votos a 26, apenas quatro acima do mínimo necessário, muito distante da aprovação folgada de 2023, quando recebeu 65 votos.
A votação apertada revela o desgaste da própria Corte, alvo crescente de questionamentos sobre excessos e decisões que extrapolam limites institucionais. Durante a sabatina, Flávio Bolsonaro fez críticas contundentes a Moraes, acusando-o de “fraudar decisão” relacionada aos fatos de 8 de janeiro e de manipular informações utilizando a estrutura do TSE denúncia que evidencia a tensão entre o Senado e o ministro.
Gonet, por sua vez, tentou afastar o debate político afirmando que a legitimidade do Ministério Público deve ser medida por consistência jurídica, não por popularidade. Ainda assim, sua recondução ocorre num ambiente de desconfiança generalizada, em que discursos sobre “fortalecimento” soam mais como defesa corporativa do que compromisso real com limites institucionais.