Na quarta-feira (31), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, concedeu permissão para que o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) tenha acesso às investigações da Polícia Federal (PF) relacionadas ao monitoramento ilegal de autoridades pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Moraes destacou em sua decisão: "Ressalto que, uma vez autorizada a vista aos advogados devidamente constituídos, o acesso aos autos permanece até o final da investigação."
No contexto da Operação Vigilância Aproximada, na segunda-feira (29), a PF realizou buscas no gabinete de Carlos Bolsonaro na Câmara Municipal do Rio, em sua residência na Barra da Tijuca e na casa da família em Angra dos Reis, no litoral fluminense, onde Carlos estava acompanhado de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Durante a ação em Angra, a PF apreendeu dois celulares e um computador pertencentes ao vereador, além de anotações feitas para a transmissão ao vivo da família Bolsonaro no domingo (28). A defesa do vereador alega que os agentes também confiscaram um tablet de um assessor do ex-presidente, que não estava abrangido no mandado de busca e apreensão.
A investigação da PF busca esclarecer se Carlos Bolsonaro recebeu informações provenientes do esquema clandestino de escuta relacionado a investigações que envolviam sua família. No mesmo dia, a PF realizou buscas em Salvador, onde apreendeu um computador da Abin com um dos alvos da operação.
Em resposta, na terça-feira (30), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demitiu quatro diretores da Abin, incluindo o diretor-adjunto do órgão, Alessandro Moretti. Lula indicou Marco Cepik, que estava à frente da Escola de Inteligência da Abin, para ocupar o cargo deixado por Moretti.