O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), recusou recentemente um pedido para revogar a prisão preventiva de Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Em um despacho datado de 17 de dezembro, Moraes reafirmou a validade dos requisitos para a prisão preventiva, conforme estabelecido no Código de Processo Penal.
A defesa de Vasques tem defendido que seu cliente não apresenta riscos para as investigações em curso e ressaltou os problemas de saúde enfrentados por ele desde a detenção. Em novembro, foi solicitada a libertação de Vasques, com os advogados mencionando que ele perdeu 12 quilos e estaria correndo risco de envenenamento na prisão.
Vasques foi preso em 9 de agosto de 2023 pela Polícia Federal, no âmbito da Operação Constituição Cidadã. Ele é acusado de ter agido para interferir nas eleições de 2022, supostamente organizando operações de blitz para dificultar o acesso dos eleitores aos locais de votação, especialmente no Nordeste, onde Lula, então candidato, possuía vantagem nas pesquisas sobre Jair Bolsonaro.
Na decisão que resultou na prisão de Vasques, Moraes destacou a falta de veracidade nos depoimentos de duas testemunhas de chefia na PRF em 2022, indicadas por Vasques. Esta situação levou à suspeita de um “temor reverencial” por parte desses indivíduos. O ministro enfatizou a necessidade de manter Vasques detido para assegurar a eficácia das investigações sobre possíveis ordens de “policiamento direcionado” emitidas por ele durante seu mandato na PRF.
Esta decisão do STF evidencia a seriedade com que as alegações de interferência nas eleições estão sendo tratadas pelas autoridades brasileiras. A manutenção da prisão de Vasques, apesar dos argumentos apresentados por sua defesa, reflete o compromisso do sistema judiciário em preservar a integridade das investigações e assegurar que todos os aspectos do caso sejam minuciosamente examinados.