O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, rejeitou o pedido da defesa de Jair Bolsonaro para que o prazo de resposta à denúncia da PGR fosse equivalente ao tempo gasto na acusação. Os advogados do ex-presidente solicitaram 83 dias, argumentando que a complexidade do caso exige um estudo aprofundado das provas, mas Moraes alegou ausência de “previsão legal” e manteve o prazo de apenas 15 dias.
A decisão evidencia um tratamento diferenciado, já que a Procuradoria levou meses para construir a acusação baseada em delações e conteúdos apreendidos. A defesa, por sua vez, segue enfrentando obstáculos processuais, incluindo restrições no acesso integral às provas. O pedido negado reforça a tendência de decisões que fragilizam a ampla defesa, essencial no devido processo legal.
Bolsonaro, alvo de uma série de investigações questionáveis, vê-se novamente diante de uma Justiça que atua com rigor seletivo. A negativa de Moraes limita as possibilidades de contestação da denúncia, enquanto a PGR teve tempo de sobra para montar sua acusação. O embate jurídico continua, mas o desequilíbrio no tratamento de um ex-presidente é um alerta sobre os rumos da Justiça no país.