Em entrevista à revista The New Yorker, Alexandre de Moraes admitiu que Jair Bolsonaro pode ser absolvido no processo criminal sobre a suposta tentativa de golpe. A declaração desmonta a narrativa de condenação antecipada, mas o ministro não perdeu a chance de afirmar que o ex-presidente continuará inelegível. “É possível que Bolsonaro seja absolvido [...]. Mas ele tem duas condenações do TSE”, declarou, deixando claro que a perseguição política segue firme.
Ao admitir a possibilidade de absolvição, Moraes reconhece que o processo está longe de uma conclusão e que, até aqui, não há prova concreta de crime. No entanto, ao tratar a inelegibilidade como definitiva, expõe seu verdadeiro objetivo: manter Bolsonaro fora do jogo político, mesmo que seja inocentado na esfera penal.
O paradoxo salta aos olhos. O próprio ministro reconhece que o julgamento criminal “está apenas começando”, mas age como se o destino de Bolsonaro já estivesse selado. O que está em jogo não é justiça é controle. E a tentativa de silenciar o maior nome da oposição revela mais sobre quem o acusa do que sobre o acusado.
