Moraes transforma vigília em pretexto e reacende crise institucional

A prisão preventiva expõe arbitrariedade e fortalece narrativa de resistência

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Moraes transforma vigília em pretexto e reacende crise institucional
Sérgio Lima/ Poder360

A decisão de Alexandre de Moraes de mandar prender Jair Bolsonaro sob o argumento genérico de “garantir a ordem pública” escancara um problema que o país já conhece: a ampliação ilimitada do poder de um único gabinete. Transformar uma vigília pacífica convocada pelo senador Flávio Bolsonaro em ameaça concreta soa mais como construção retórica que como risco real.

Ao justificar a medida com base em “aglomeração descontrolada”, o ministro ignora que manifestações espontâneas sempre fizeram parte da vida nacional — e jamais foram tratadas como gatilho para encarcerar lideranças políticas antes do trânsito em julgado. Bolsonaro, levado pela PF ao amanhecer, tornou-se alvo de uma decisão que mais parece preventiva contra a opinião pública do que contra qualquer suposto tumulto.

A defesa tenta reverter a medida, enquanto Brasília ferve. No entanto, o episódio deixa um ponto claro: por mais que tentem enquadrá-lo, Bolsonaro segue movendo milhões e revelando o desconforto de quem teme o simples ato de apoiadores acenderem uma vela na porta de casa. Aqui, a “ordem pública” soa menos como proteção e mais como escudo para decisões políticas travestidas de jurídicas.