O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, negou nesta sexta-feira (11) o pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro para acessar o depoimento do tenente-coronel Mauro Cid. Investigado por suposto desvio de joias do acervo presidencial, Cid, ex-ajudante de ordens, tornou-se peça central nas investigações. Moraes justificou sua decisão, destacando que a defesa não tem direito ao acesso imediato, considerando a sensibilidade das informações.
O voto de Moraes ocorre em meio ao julgamento virtual da Primeira Turma do STF, previsto para encerrar no próximo dia 18. Bolsonaro, que nega as acusações, enfrenta crescente pressão judicial, especialmente após o indiciamento pela Polícia Federal em julho deste ano, envolvendo Cid e outros dez investigados. O ex-presidente alega que as joias pertenciam ao seu acervo pessoal, enquanto a Procuradoria-Geral da República aguarda novos documentos para avançar na denúncia formal.
A negativa ao pedido de acesso ao depoimento de Cid representa mais um capítulo no conturbado cenário jurídico enfrentado por Bolsonaro. As investigações incluem desde a venda de presentes oficiais até tentativas de fraudes em cartões de vacinação, colocando o ex-presidente em uma posição cada vez mais delicada perante a Justiça.