A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, elevou o tom ao defender a nova Medida Provisória publicada em 11 de junho, que prevê taxação de 5% sobre LCI e LCA. Segundo ela, se o Congresso rejeitar a medida, haverá impacto direto no orçamento, com cortes em emendas parlamentares. “O Congresso vai sentir no próprio orçamento”, declarou ao Valor Econômico.
A fala gerou reação nos bastidores. Parlamentares viram na declaração um gesto autoritário e uma tentativa de forçar a aprovação da MP por meio da ameaça de represália orçamentária. O presidente da Câmara, Hugo Motta, que já havia apoiado a proposta, mudou de posição e pautou um projeto para barrar o aumento do IOF.
Mesmo com as críticas, Gleisi seguiu firme no discurso, dizendo que a taxação é uma forma de combater privilégios. Ignorou, no entanto, temas como supersalários e reforma da previdência militar, que seguem fora da pauta. Para parte da base, a escolha do alvo reforça o desequilíbrio da condução econômica.