O magnata Elon Musk elevou a tensão com o governo brasileiro ao ameaçar a apreensão de ativos nacionais caso o Brasil não devolva as propriedades “apreendidas ilegalmente” da plataforma X e da SpaceX. Em um tweet incisivo nesta segunda-feira (2/8), Musk provocou: “Espero que Lula goste de voar em avião comercial”, deixando claro que poderá retaliar, incluindo a possibilidade de confiscar bens do governo brasileiro.
O ministro do STF, Alexandre de Moraes, ordenou a suspensão do X no país, mas a plataforma permanece acessível para brasileiros no exterior, permitindo que o empresário se comunique. Musk, ao compartilhar notícias sobre a apreensão de um avião de Nicolás Maduro nos EUA, insinuou uma possível ação judicial contra decisões de Moraes. Políticos republicanos nos EUA já sugerem sanções ao Brasil, acirrando ainda mais o embate.
O cenário de retaliação pode levar Lula a enfrentar dificuldades com o transporte oficial, com o risco de ter o “Aerolula” confiscado e ser obrigado a retornar ao Brasil em voos comerciais. A disputa destaca o confronto entre interesses empresariais e decisões judiciais brasileiras, prometendo desdobramentos significativos no futuro das relações bilaterais.
Entenda o Caso Musk x Moraes
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, bloqueou os ativos financeiros da Starlink após a corte não conseguir intimar um representante do X, plataforma também de Elon Musk, investigada por suposta obstrução de Justiça e outros crimes. Moraes determinou o bloqueio das contas da Starlink para garantir o pagamento de multas ao X, alegando um "grupo econômico" ligado a Musk, embora isso não esteja claramente definido por advogados.
O conflito entre Musk e o Judiciário brasileiro intensificou-se após o X anunciar, em 17 de agosto, o fechamento de seu escritório no Brasil, mas mantendo o serviço acessível. A empresa não cumpriu ordens de bloquear perfis com mensagens "antidemocráticas", resultando em uma multa aumentada e a ameaça de prisão de Rachel de Oliveira Villa Nova Conceição, suposta representante do X no país.
Em 28 de agosto, Moraes exigiu que a empresa identificasse um representante legal no Brasil em 24 horas, sob pena de suspensão total do serviço. Com o prazo expirado, o ministro determinou a suspensão do X no Brasil, com acesso podendo ser totalmente bloqueado até 4 de setembro. A Anatel e as operadoras de internet têm prazos distintos para implementar o bloqueio, com o prazo final para as operadoras sendo 4 de setembro.