Neste domingo (4), cerca de 5,4 milhões de cidadãos de El Salvador se dirigirão às urnas para eleger um presidente e renovar 60 assentos na Assembleia Legislativa. Nayib Bukele, temporariamente afastado do cargo presidencial para disputar a reeleição, surge como o candidato mais forte. Durante sua administração, adotou medidas rigorosas, incluindo a detenção de mais de 70 mil indivíduos suspeitos de ligação com gangues. Entre suas ações mais severas está a construção de um complexo penitenciário de segurança máxima, impondo condições extremamente duras aos prisioneiros. Tal postura determinada no combate à criminalidade garantiu a Bukele um notável índice de aprovação popular, alcançando aproximadamente 90%.
As pesquisas eleitorais antecipam uma vitória avassaladora para Bukele, com a Universidad Centroamericana José Simeón Cañas projetando 81,9% dos votos para seu partido, Novas Ideias, deixando longe os concorrentes de esquerda e direita tradicional. Espera-se que o partido de Bukele conquiste 57 das 60 cadeiras disponíveis na Assembleia, o que não só solidifica seu domínio político como também coloca em xeque a sobrevivência de partidos menores, ameaçados por uma cláusula eleitoral restritiva.
Desde sua ascensão ao poder em 2019, Bukele tem sido um crítico feroz dos partidos tradicionais, acusando-os de corrupção. Suas acusações não são infundadas, tendo em vista que ex-presidentes da Arena foram julgados por crimes financeiros, buscando refúgio na Nicarágua.
Quem é Nayib Bukele
Nayib Bukele, um empresário de origem palestina convertido em político, galgou de marketeiro a líder de um país marcado por décadas de violência. Sua carreira política começou no FMLN, partido de esquerda com raízes guerrilheiras, onde sua habilidade como estrategista de marketing foi inicialmente empregada. De prefeito de uma pequena cidade a líder da capital, Bukele se destacou por suas iniciativas de segurança e desenvolvimento urbano, como a revitalização do centro histórico de San Salvador e a construção de uma biblioteca.
Contudo, sua relação com o FMLN azedou, culminando em sua expulsão sob alegações de divisão e violação dos estatutos partidários. Inabalável, Bukele realinhou-se ao espectro político, abraçando uma plataforma de direita com promessas de erradicar a violência que assolava o país. Eleito em 2019, sua gestão é um testemunho de sua determinação em enfrentar os desafios de segurança de El Salvador, mesmo que suas táticas sejam vistas como controversas.
Bukele representa um novo paradigma na política salvadorenha, um líder que, através de uma combinação de autoridade e inovação, busca restaurar a ordem e a prosperidade em um país historicamente marcado pela criminalidade e instabilidade política. Seu caminho rumo à reeleição é pavimentado pela aprovação popular, refletindo o anseio dos cidadãos por uma liderança que promova a segurança, mesmo desafiando as normas convencionais da democracia.