Por: La Gaceta
Na quinta-feira passada, na manhã de Yom Kipur, Jihad al-Shamie, um imigrante sírio que emigrou com sua família ainda criança e obteve cidadania britânica, atacou um grupo de judeus na porta da Congregação Hebraica de Heaton Park, em Manchester. O primeiro-ministro Keir Starmer classificou o ataque como “muito surpreendente” palavras vazias, considerando que as condições para tal atentado vinham sendo alimentadas há anos.
A Grã-Bretanha permaneceu surda às denúncias sobre terrorismo islamista doméstico e inerte diante do crescimento da violência. Judeus britânicos representam menos de 0,5% da população, mas são um quarto das vítimas de crimes motivados por religião. Cemitério judaico em Kent foi profanado oito vezes em dez anos; a presença de segurança em escolas e sinagogas é rotina. O pai do terrorista endossou publicamente tais ações e batizou o filho de “Jihad”, criando-o para este propósito. A ameaça não se limita a uma minoria isolada.
Coordenação e escalada do extremismo
Horas após o atentado, protestos pró-Palestina foram organizados pelo Movimento Global por Gaza em Whitehall, acompanhados de marchas coordenadas nas principais capitais europeias. Esse padrão se repete após cada atentado, como observado após o 11 de setembro. Desde então, incidentes antissemitas no Reino Unido atingiram níveis máximos em 40 anos, com agressões crescendo 100%. Ativistas entoam cânticos que glorificam assassinatos de judeus; o Community Security Trust registrou 1.521 incidentes antissemitas no primeiro semestre de 2025.
Em Londres, no dia anterior ao ataque em Manchester, grupos já ameaçavam, lançavam fogos de artifício e entoavam slogans contra Israel em ruas e centros públicos, mostrando organização, direção e financiamento. Estes atos intimidam sob o olhar impotente das forças de segurança.
Três paradoxos fundamentais
O primeiro paradoxo é que uma nação que se forjou na luta contra o nazismo agora vê celebrar o Yom Kipur como risco de vida. O segundo é demográfico: a população judaica mundial é de 15,8 milhões (0,18% do mundo), enquanto a muçulmana atinge 2,17 bilhões (26,3%). Na Europa, há 25 milhões de muçulmanos e 1,3 milhão de judeus — proporção de 19 para 1. Politicamente, o Ocidente apoia majoritariamente a Palestina, enquanto o mundo árabe rejeita Israel; mesmo nos EUA, apoio a Israel caiu a 34%, contra 35% favoráveis aos palestinos.
O terceiro paradoxo é cultural: enquanto o islamismo radical é amplamente protegido e tolerado, a minoria judaica é isolada, acusada injustamente de influenciar a geopolítica e a mídia. As resoluções da ONU refletem isso: mais de 70% das condenações formais nos últimos cinco anos foram contra Israel, com quase nenhuma punição a ditaduras com graves violações.
Contradições da narrativa dominante
Movimentos islamistas têm responsabilidade em mais de 200 mil mortes recentes, incluindo ataques na Europa, agressões sexuais e massacres de cristãos na África. Ainda assim, recebem proteção moral de setores da esquerda, enquanto judeus sofrem isolamento político e social, apesar de representarem uma minoria pacífica.
Conclusão: a intifada global já começou
O ataque em Manchester é um alerta: a violência islamista não se limita a sinagogas. Igrejas, teatros, estádios e símbolos do Ocidente são alvos. A influência islamista penetrou profundamente em órgãos de decisão do Ocidente, criando cegueira diante da ameaça real. Cada bandeira palestina erguida impunemente é um sinal de alarme: a intifada global já começou, e ignorá-la só acelera seu avanço.