O regime de Daniel Ortega e Rosario Murillo realizou mais uma intervenção direta no Judiciário da Nicarágua, após a renúncia de cinco dos dez magistrados que compõem a atual Suprema Corte. As vagas serão preenchidas por nomes alinhados ao poder central, em um processo conduzido pelo presidente da Assembleia Nacional, Gustavo Porras, e que deve ser aprovado sem qualquer debate parlamentar.
A mudança ocorre após a reforma constitucional de 2025, que reduziu o número de magistrados de 16 para 9 e extinguiu o que restava de independência judicial. Entre os novos indicados está a procuradora-geral Ana Julia Guido, acusada de fabricar processos contra presos políticos.
Permanecem no tribunal os magistrados Octavio Rothschuh Andino e Ernesto Rodríguez Mejía, ambos sancionados pelos Estados Unidos. Já os que renunciaram eram vistos como figuras meramente decorativas, responsáveis apenas por homologar decisões oriundas da residência presidencial do casal que comanda o país.