Nicolás Maduro hesita sobre candidatura em 2024

Maduro Hesita em confirmar candidatura em meio a acusações de corrupção e preocupações internacionais sobre a transparência eleitoral

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Nicolás Maduro hesita sobre candidatura em 2024
AFP

Nicolás Maduro, o controverso líder da Venezuela, manifestou incerteza sobre sua participação nas eleições presidenciais de 2024. Em entrevista ao jornalista Ignacio Ramonet, veiculada pela Telesur, ele afirmou: “É prematuro ainda. O ano acaba de começar. Só Deus sabe”. Essa declaração, aparentemente evasiva, veio acompanhada da promessa de aguardar o desenrolar do cenário eleitoral antes de tomar uma decisão “com a bênção de Deus”. Essa postura de Maduro, que se mantém no poder desde março de 2013, sugere uma estratégia política cautelosa em meio a um cenário nacional e internacional cada vez mais tenso.

Diosdado Cabello, figura proeminente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) e ex-vice-presidente de Hugo Chávez, já expressou apoio à reeleição de Maduro. No entanto, a possibilidade de Maduro enfrentar María Corina Machado, ex-deputada e potencial candidata da oposição, adiciona uma camada de complexidade ao quadro eleitoral. Machado, cuja candidatura ainda é incerta devido a acusações de corrupção e traição à pátria pela Justiça venezuelana, representa uma ameaça significativa ao regime de Maduro.

A realização da eleição presidencial na Venezuela, ainda sem data definida para este ano, tem sido fonte de crescente preocupação tanto no cenário internacional quanto entre a oposição venezuelana. A integridade do processo eleitoral foi seriamente questionada, especialmente após a decisão da Assembleia Nacional, em julho do ano passado, de proibir a missão de observação eleitoral da União Europeia. Jorge Rodríguez, presidente da Assembleia Nacional, defendeu esta proibição com veemência, afirmando que “nenhuma missão de observação da Europa virá aqui enquanto formos os representantes do Estado venezuelano”.

Este cenário político na Venezuela, marcado por incertezas e controvérsias, reflete a complexidade das disputas pelo poder em um país profundamente afetado por crises econômicas, sociais e políticas. A hesitação de Maduro em confirmar sua candidatura, juntamente com as acusações contra Machado e a rejeição à supervisão internacional, levantam questionamentos sérios sobre a legitimidade e transparência das próximas eleições. Assim, o futuro político da Venezuela permanece em um limbo, aguardando a definição de um cenário eleitoral que respeite os princípios democráticos e assegure a integridade do processo eleitoral.