A decisão de Luiz Inácio Lula da Silva de nomear Gleisi Hoffmann como ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI) amplia as dificuldades de um governo já desgastado. Conhecida pelo perfil combativo e rejeitada até dentro da base governista, Gleisi assume o posto em meio à crise de popularidade e ao enfraquecimento da articulação com o Congresso. A escolha sinaliza mais confronto do que negociação, afastando ainda mais o apoio parlamentar necessário para a governabilidade.
O mercado reagiu de imediato à nomeação, com o dólar disparando e os investidores aumentando a cautela diante da instabilidade política e econômica. Com a base aliada fragmentada e o Senado resistente, o governo terá dificuldades para aprovar reformas essenciais. O próprio Centrão recusou-se a indicar um nome para o cargo, reforçando o isolamento do Planalto.
A situação se agrava com rumores sobre um racha interno no governo e a possível saída de Fernando Haddad do Ministério da Fazenda. Ao priorizar um nome ideológico em vez de um articulador pragmático, Lula compromete não apenas a relação com o Congresso, mas também sua própria popularidade e a confiança do setor produtivo. Se a intenção for dobrar a aposta na polarização, o resultado pode ser um governo ainda mais paralisado e impopular.