Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, intensifica manobras para preservar poder e preparar sua candidatura ao Senado em 2026. Aprovada na Câmara, a criação da Companhia de Docas de Alagoas, estatal que beneficiará diretamente sua base eleitoral, gerou críticas pela celeridade e falta de transparência no processo. Deputados como Marcel Van Hattem e Rosângela Moro denunciaram o projeto como um "deboche" aos brasileiros, dado o cenário de cortes de gastos essenciais e alta carga tributária.
Além da nova estatal, Lira articula manter influência estratégica na Câmara. Ele já garantiu um gabinete próximo ao plenário e mira a relatoria do Orçamento, essencial para controlar a destinação de emendas parlamentares. Com a eleição de Hugo Motta, seu aliado, à presidência da Casa, Lira mantém controle indireto, solidificando sua posição no cenário político.
O movimento de Lira, contudo, enfrenta resistência em Alagoas, onde terá como adversário Renan Calheiros na disputa ao Senado. Em meio a possíveis alianças e pactos de não-agressão, sua aproximação com Lula, antes adversário, reforça seu pragmatismo político. O futuro de Lira dependerá da eficácia de sua estratégia e da reação do eleitorado a seus passos calculados.