O ano de 2024 desponta como um divisor de águas na geopolítica mundial, marcando um ciclo eleitoral intensivo com pelo menos 54 nações engajadas na renovação de seus líderes. Esse movimento global iniciou-se com a eleição legislativa de Bangladesh, em 7 de janeiro, e ganhou continuidade com importantes pleitos em países como Butão, Taiwan e Comores, já nas primeiras semanas do ano.
A nação de Tuvalu prepara-se para ser a próxima a adentrar esse processo democrático, em 26 de janeiro, sendo apenas o início de uma série de eleições que se estenderão até o final do ano. Dentre essas, 46 são cruciais para a definição dos líderes executivos, dividindo-se entre 30 presidentes e 16 primeiros-ministros. Paralelamente, algumas nações realizarão eleições para posições presidenciais de caráter mais cerimonial. Nessa extensa lista, destaca-se o Brasil, único país com eleições exclusivamente focadas no âmbito municipal em 2024.
No Brasil, a escolha de prefeitos e vereadores está marcada para o dia 6 de outubro, com a previsão de um segundo turno em 27 de outubro. Mais de 5.500 municípios brasileiros estão mobilizados para este evento democrático, onde mandatos de quatro anos serão disputados, incluindo a possibilidade de reeleição para os atuais gestores.
Este ciclo eleitoral brasileiro é visto como uma continuação da polarização política observada nas eleições gerais de 2022. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), assume o papel de principal articulador da esquerda, visando fortalecer a influência de seu partido nas prefeituras do país. Em contrapartida, o ex-presidente Jair Bolsonaro, líder do Partido Liberal (PL), tem como meta estabelecer sua sigla como a mais influente do Brasil, almejando conquistar o controle de mais de 1.500 prefeituras.
Na maior metrópole do país, São Paulo, observa-se a materialização do embate entre as ideologias representadas por Lula e Bolsonaro. O PT, sem um candidato próprio, oferece suporte a Guilherme Boulos, do Psol. Por outro lado, o PL ainda está em fase de decisão, podendo apoiar a reeleição de Ricardo Nunes, do MDB, enquanto avalia a candidatura de Ricardo Salles. Este cenário reflete não apenas uma disputa eleitoral, mas também um confronto de visões para o futuro do Brasil e dos valores que irão moldá-lo.