Em uma matéria incisiva da revista Crusoé, o jornalista Wilson Lima aborda a futura atuação de Ricardo Lewandowski, recém-designado para assumir o Ministério da Justiça, sucedendo Flávio Dino. A gestão de Lewandowski no Supremo Tribunal Federal, marcada por controvérsias, coloca em xeque a eficácia de suas futuras políticas na segurança pública.
Lewandowski sinaliza a intenção de fazer da Secretaria Nacional de Segurança o foco de sua gestão. Esta pasta, pertencente ao Ministério da Justiça, é atualmente um dos setores mais criticados do governo Lula, conforme apontam pesquisas de opinião. Os brasileiros desaprovam veementemente a gestão do governo na área de segurança, ressaltando um cenário desafiador para o novo ministro.
Ao analisar o histórico judiciário de Lewandowski, percebe-se um padrão de decisões que tendem a suavizar as penalidades para indivíduos acusados ou condenados por crimes. Este comportamento alimenta a desconfiança do público quanto à sua capacidade de liderar o combate efetivo às organizações criminosas sob sua nova função.
É crucial relembrar a atuação de Lewandowski como revisor da Ação Penal 470, o escândalo do mensalão, onde se opôs a Joaquim Barbosa em tentativas de absolver figuras controversas como José Genoíno e José Dirceu. Naquele período, 35 indivíduos enfrentaram julgamento, dos quais doze foram absolvidos e um caso remetido à primeira instância, decisões influenciadas pelas intervenções de Lewandowski.
A nomeação de Lewandowski para o Ministério da Justiça suscita sérias preocupações sobre a direção da política de segurança no Brasil. Seu histórico no judiciário, marcado por leniências e decisões questionáveis, projeta uma sombra sobre as expectativas de uma gestão eficaz na pasta, essencial para o combate à criminalidade e para a manutenção da ordem pública. Neste contexto, a vigilância e a crítica construtiva se fazem mais necessárias do que nunca, na expectativa de que a segurança dos cidadãos brasileiros não seja comprometida por uma gestão leniente e ineficaz.