Na próxima quarta-feira, 28, Luiz Inácio Lula da Silva, figura controversa e líder do Partido dos Trabalhadores (PT), desembarcará em Georgetown, capital da Guiana, para participar da Caricom, a cúpula que reúne nações do Caribe. Porém, o que suscita maior inquietação é sua subsequente reunião bilateral com o ditador venezuelano Nicolás Maduro, em São Vicente e Granadinas, um encontro que levanta sérias questões sobre as intenções geopolíticas do PT e suas consequências para a estabilidade regional.
A agenda de Lula inclui também uma reunião com o presidente da Guiana, Irfaan Ali, atualmente em uma disputa acirrada com Maduro pelo território de Essequibo, região rica em petróleo e objeto de cobiça do regime venezuelano. A realização de um referendo em dezembro de 2023 pelo regime de Maduro, no qual aproximadamente 95% dos participantes votaram a favor da anexação de Essequibo à Venezuela, apenas intensifica o clima de tensão.
O governo guianês denunciou essa manobra eleitoreira como um ardil para usurpar um território dotado de vastas reservas petrolíferas, enquanto a Corte Internacional de Justiça (CIJ) já havia decretado a ilegalidade de tal anexação. A despeito das advertências e da solicitação de emergência feita pela Guiana à CIJ para impedir a consulta popular, a corte ordenou que o regime de Maduro se abstivesse de ações que exacerbem a disputa pelo Essequibo. Contudo, a Venezuela, fiel à sua tradição de desrespeito às instâncias jurídicas internacionais, optou por ignorar a jurisdição da CIJ.
Este cenário serve como pano de fundo para o encontro de Lula com Maduro, previsto para 1º de março, à margem da cúpula de líderes da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) em Kingstown. Tal reunião, longe de ser um mero compromisso diplomático, reflete a preocupante aproximação do PT com regimes que flertam com a autocracia, colocando em xeque os princípios democráticos e os interesses do Brasil e de seus aliados democráticos na região.
A preferência de Lula por alinhar-se a figuras como Maduro, desconsiderando as implicações éticas e políticas dessa escolha, revela uma disposição alarmante de sacrificar os valores democráticos em favor de alianças ideológicas. Essa postura não apenas compromete a imagem do Brasil no cenário internacional, como também ameaça minar os esforços para promover a paz, a democracia e o respeito aos direitos humanos na América Latina.
Em um momento em que a região necessita de lideranças comprometidas com a liberdade e a justiça, a conduta do PT e de Lula, ao estreitar laços com regimes autoritários, constitui um retrocesso preocupante. É imperativo que os cidadãos brasileiros e a comunidade internacional permaneçam vigilantes e críticos diante dessas alianças perigosas, reafirmando o compromisso inabalável com os ideais democráticos e os direitos fundamentais.