A Organização dos Estados Americanos (OEA) alertou para o enfraquecimento do combate à corrupção no Brasil após a anulação das provas da Odebrecht e a revisão dos acordos de leniência. Em relatório divulgado nesta quarta-feira (19), a entidade criticou duramente as decisões do ministro Dias Toffoli, que invalidaram provas e suspenderam multas bilionárias, comprometendo a credibilidade da Justiça brasileira.
A Transparência Internacional também condenou as manobras jurídicas que enterram investigações e beneficiam envolvidos em escândalos de corrupção. “Não é digno que o Brasil se torne um cemitério de provas sobre a corrupção transnacional”, afirmou Bruno Brandão, diretor-executivo da organização, denunciando a blindagem de informações sobre subornos internacionais.
A OEA recomendou maior transparência nos acordos de leniência e tipificação do enriquecimento ilícito como crime, alertando que as recentes decisões abrem precedentes para a impunidade. Enquanto isso, o governo concedeu descontos bilionários a empresas investigadas, levantando questionamentos sobre o comprometimento das instituições com a moralidade pública.