Uma organização investigada por associação ao crime organizado participou de reuniões com os Ministérios da Justiça e dos Direitos Humanos. A ONG Pacto Social & Carcerário, suspeita de ligação com o PCC, esteve em audiências públicas e eventos promovidos pelo governo federal. Em 2024, sua presidente, Luciene Neves Ferreira, compareceu a uma audiência oficial em Brasília, custeada pelo Ministério da Justiça. O evento fazia parte do plano Pena Justa, idealizado pelo Supremo Tribunal Federal, focado nas condições do sistema prisional.
A Polícia Civil de São Paulo investiga a ONG desde 2021, após apreensão de provas que indicam envolvimento com o PCC. Relatórios apontam que a organização funcionaria como fachada para atividades criminosas, com seu vice-presidente também listado como membro da facção desde 2019. Apesar das acusações, a ONG teve acesso direto a discussões governamentais, como reuniões sobre condições carcerárias na Papuda e audiências promovidas pelo CNJ.
A presença da ONG em espaços oficiais levanta questionamentos sobre os critérios do governo ao permitir o envolvimento de entidades em agendas públicas. Enquanto isso, as investigações seguem, destacando a necessidade de maior rigor no controle de organizações que se apresentam como defensoras de direitos humanos, mas carregam suspeitas graves de vínculo com o crime organizado.