A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro formalizou um pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para ter acesso completo às provas reunidas na investigação sobre a suposta tentativa de golpe de Estado. Apesar de ter recebido um HD com mais de 111 mil arquivos, a equipe jurídica afirma que o material fornecido pela Polícia Federal exclui conteúdos essenciais, como dados extraídos de celulares e dispositivos apreendidos. A seletividade na liberação das provas levanta questionamentos sobre a transparência do processo e reforça a percepção de que há um julgamento previamente conduzido por interesses políticos.
O advogado Celso Vilardi, que representa Bolsonaro, destacou que o relatório da investigação menciona informações obtidas em mais de trinta celulares e uma centena de dispositivos, cujo conteúdo integral ainda não foi disponibilizado à defesa. Para garantir um julgamento justo, a equipe do ex-presidente cobra tempo suficiente para a análise de todo o material, e não apenas daquilo que as autoridades decidiram liberar. O pedido ocorre no momento em que se espera uma denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), o que aumenta as suspeitas de um processo conduzido sem o devido equilíbrio.
Bolsonaro nega qualquer irregularidade, e sua defesa reforça que a busca por transparência é um direito fundamental. O silêncio do STF sobre o pedido apenas reforça as preocupações de que a condução do caso tenha um viés já estabelecido. Em um ambiente onde a justiça deveria ser imparcial, a falta de acesso irrestrito às provas configura mais um episódio preocupante na escalada do uso do aparato estatal como ferramenta política.