A bancada oposicionista na Câmara dos Deputados manifestou intenção de convocar o Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, para esclarecimentos a respeito da fuga de dois detentos da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Este incidente marca a primeira fuga registrada em um estabelecimento de segurança máxima federal no Brasil, um fato sem precedentes na história do sistema prisional do país.
O presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara, o deputado Sanderson (PL-RS), comunicou ao portal Poder360 a intenção de convocar Lewandowski para comparecer perante a comissão. Apesar de Sanderson estar prestes a deixar a presidência da comissão devido à renovação dos cargos em todas as comissões da casa legislativa, ele permanecerá ativo como membro.
"Exigiremos um esclarecimento completo e uma investigação imediata sobre as fugas alarmantes. O recém-empossado Ministro da Justiça será chamado a prestar contas", declarou Sanderson, evidenciando a gravidade do ocorrido.
Além dele, o deputado federal Rodolfo Nogueira (PL-MS) planeja apresentar um requerimento para a convocação do ministro assim que as atividades parlamentares forem retomadas. Nogueira qualificou as fugas como "inadmissíveis", sublinhando a necessidade de Lewandowski esclarecer a situação na Comissão de Segurança Pública.
Contexto do Incidente
A penitenciária de Mossoró, um dos cinco complexos penais federais de máxima segurança do país, reportou a evasão de Rogério da Silva Mendonça, também conhecido como Tatu, e Deibson Cabral Nascimento, ou Deisinho. Ambos originários do Acre, foram transferidos para a unidade em setembro de 2023.
A Secretaria de Segurança Pública do estado do Rio Grande do Norte já ofereceu suporte à penitenciária no intuito de reforçar a segurança. O sistema prisional federal, além de Mossoró, engloba instituições em Catanduvas (PR), Campo Grande (MS), Porto Velho (RO) e Brasília (DF).
Investigações da Polícia Federal estão em curso para determinar a possível conexão dos fugitivos com o Comando Vermelho, uma das principais organizações criminosas do país, com origem no Rio de Janeiro. A PF atua em colaboração com a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) para elucidar as circunstâncias e responsabilidades ligadas à fuga.