Um relatório da Polícia Federal revela que o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, possui "tentáculos" na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) para "gerir e desviar recursos". Entre os envolvidos está Julimar Alves da Silva Filho, gerente afastado da estatal, suspeito de receber propina para atuar em contratos custeados com emendas parlamentares. A investigação aponta que Juscelino, enquanto deputado, direcionou emendas para obras na cidade de Vitorino Freire, Maranhão, onde sua irmã é prefeita. A Polícia Federal identificou que Julimar liberou recursos sem a devida execução das obras, caracterizando a atuação criminosa.
O empresário Eduardo José Barros Costa, conhecido como “Eduardo DP”, também é citado como sócio da Construservice, empresa investigada por desvios de contratos no Maranhão. As contas ligadas ao grupo de Eduardo DP transferiram cerca de 250 mil reais para Julimar e sua esposa. A PF destaca a atuação de Julimar em projetos de pavimentação que beneficiaram propriedades da família de Juscelino. Em resposta, o Ministério das Comunicações afirmou que Juscelino Filho “não conhece, nem tinha contato com o servidor, nem com as suspeitas de irregularidades”. A nota acrescenta que, como deputado, Juscelino apenas indicou emendas parlamentares, não sendo responsável pela licitação e fiscalização das obras.