O dólar atingiu um recorde de R$ 6,09, evidenciando um cenário econômico instável no Brasil. O Banco Central atribuiu a disparada da moeda a fatores internos e externos, destacando o impacto negativo do pacote fiscal anunciado pelo governo. As medidas, incluindo cortes de gastos e alterações no Imposto de Renda, foram recebidas com ceticismo pelo mercado, elevando a percepção de risco e as expectativas inflacionárias. A falta de confiança quanto ao equilíbrio fiscal agrava o quadro de instabilidade.
Para conter os danos, o Banco Central realizou intervenções no mercado cambial, mas as ações mostraram-se insuficientes para conter a alta histórica. Além disso, o Comitê de Política Monetária elevou a taxa Selic para 12,25%, sinalizando que novas altas podem ser necessárias em 2025 para combater a inflação e estabilizar o câmbio. A instituição enfatizou que políticas fiscais inconsistentes aumentam o risco de choques econômicos ainda mais severos.
A fragilidade fiscal e o cenário global de desaceleração econômica intensificam os desafios. O Banco Central alertou que o repasse da alta do dólar para os preços internos é inevitável em um ambiente de expectativas inflacionárias desancoradas. A meta de inflação para 2024, fixada em 3%, parece cada vez mais distante, reforçando a urgência de políticas econômicas previsíveis e responsáveis.