Padre Paulo Ricardo esclarece trâmite para novo Papa

Saiba como será a escolha do próximo Pontífice

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Padre Paulo Ricardo esclarece trâmite para novo Papa

A morte ou renúncia de um papa desencadeia um dos rituais mais antigos e fascinantes da Igreja Católica: o conclave, uma reunião secreta do Colégio de Cardeais para eleger o novo líder da Igreja. Com a recente morte do Papa Francisco em 21 de abril de 2025, o mundo aguarda a escolha de seu sucessor. Esta matéria detalha o processo de sucessão papal, os cardeais eleitores, os possíveis candidatos, os trâmites, prazos, datas prováveis, procedimentos internos e o papel da mídia, oferecendo uma visão completa para católicos e não católicos.

O que é o Conclave?

O termo “conclave” vem do latim cum clave (“com chave”), referindo-se ao isolamento dos cardeais durante a votação. Instituído formalmente pelo Papa Gregório X em 1274, por meio da constituição apostólica Ubi periculum, o conclave foi criado para evitar atrasos na escolha do papa, como ocorreu na eleição de 1268-1271, que durou mais de 1000 dias. Desde então, o processo foi refinado, com regras modernas estabelecidas pela constituição Universi Dominici Gregis (1996), de João Paulo II.

O conclave ocorre na Capela Sistina, no Vaticano, onde cardeais eleitores, trancados e isolados do mundo externo, votam até que um candidato alcance a maioria de dois terços. A eleição é marcada por sigilo absoluto, simbolismo (como a fumaça branca que anuncia um novo papa) e uma combinação de espiritualidade e política interna da Igreja.

Quem pode votar? Os Cardeais eleitores

Apenas cardeais com menos de 80 anos na data do início da Sé Vacante (o período sem papa) podem votar no conclave. Atualmente, o Colégio de Cardeais tem 252 membros, dos quais 135 são eleitores, segundo informações recentes da mídia. Esse número pode variar ligeiramente devido a mortes, aniversários de 80 anos ou novas nomeações antes do conclave.

Os cardeais eleitores representam diversas regiões do mundo, refletindo a globalização da Igreja sob o Papa Francisco, que nomeou 47% dos atuais eleitores. A composição geográfica dos eleitores é aproximadamente:

• Europa: 60 cardeais (21 italianos)
• América Latina: 19 cardeais
• África: 11 cardeais
• Ásia: 10 cardeais
• América do Norte: 14 cardeais
• Oceania: 1 cardeal

Entre os brasileiros, sete cardeais têm direito a voto, conforme reportado pela BBC Brasil:

  • Dom Odilo Pedro Scherer (75 anos, Arcebispo de São Paulo)
  • Dom João Braz de Aviz (77 anos, Prefeito do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada)
  • Dom Leonardo Ulrich Steiner (74 anos, Arcebispo de Manaus)
  • Dom Paulo Cezar Costa (57 anos, Arcebispo do Rio de Janeiro)
  • Dom José Freire Falcão (mencionado em algumas fontes, mas falecido em 2021, o que pode ser um erro)
  • Dom Sergio da Rocha (65 anos, Arcebispo de Salvador)
  • Dom Orani João Tempesta (74 anos, Arcebispo do Rio de Janeiro)

Nota: Dom Raymundo Damasceno Assis, de 88 anos, não é eleitor devido à idade. A lista exata será confirmada pelo Vaticano antes do conclave, pois aniversários ou falecimentos podem alterar o número.

Quem são os possíveis candidatos? Os “Papabili”

Qualquer católico batizado pode, teoricamente, ser eleito papa, mas, na prática, o escolhido é quase sempre um cardeal eleitor. A mídia mundial, especialistas em Vaticano e casas de apostas especulam sobre os papabili (termo italiano para “papáveis”, ou seja, candidatos viáveis). Embora ninguém faça campanha aberta, reuniões informais e conversas durante as congregações gerais (encontros preparatórios) moldam as preferências.


Abaixo, os nomes mais citados pela mídia em 2025, com base em fontes como CNN Brasil, UOL, O Tempo e Catholic Herald:

  • Cardeal Matteo Zuppi (Itália, 69 anos): Arcebispo de Bolonha, visto como progressista e alinhado às reformas de Francisco.
  • Cardeal Luis Antonio Tagle (Filipinas, 67 anos): Prefeito do Dicastério para a Evangelização, carismático e popular na Ásia.
  • Cardeal Pietro Parolin (Itália, 70 anos): Secretário de Estado do Vaticano, com vasta experiência diplomática.
  • Cardeal Péter Erdő (Hungria, 72 anos): Arcebispo de Budapeste, teólogo respeitado e com apoio entre setores mais tradicionais.
  • Cardeal Robert Sarah (Guiné, 79 anos): Teólogo influente, ex-prefeito do Dicastério para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos.
  • Cardeal Jean-Marc Aveline (França, 66 anos): Arcebispo de Marselha, com perfil conciliador e abertura ao diálogo inter-religioso.
  • Cardeal Fridolin Ambongo (República Democrática do Congo, 65 anos): Representa a crescente presença africana na Igreja.
  • Cardeal Marc Ouellet (Canadá, 80 anos): Com trajetória de liderança na Cúria Romana, embora fora da faixa etária eleitoral.
  • Cardeal Odilo Pedro Scherer (Brasil, 75 anos): Arcebispo de São Paulo, conhecido pela atuação pastoral e experiência administrativa.

Outros nomes mencionados esporadicamente incluem:

• Cardeal Christoph Schönborn (Áustria, 80 anos)
• Cardeal Sean Patrick O’Malley (EUA, 80 anos)
• Cardeal Raymond Leo Burke (EUA, 76 anos)
• Cardeal Timothy Dolan (EUA, 75 anos)

A imprevisibilidade é um traço marcante. Como diz o ditado italiano: “Quem entra no conclave como papa, sai como cardeal.” Jorge Bergoglio (Papa Francisco) não era favorito em 2013, mas emergiu como consenso após discursos inspiradores nas congregações gerais.

Padre Paulo Ricardo detalha procedimentos após a morte do Papa Francisco: Igreja Católica em luto e preparativos para o Conclave

A Igreja Católica enfrenta um período de luto após a morte do Papa Francisco, e o Padre Paulo Ricardo, em seu vídeo em seu canal no YouTube, oferece uma análise detalhada dos procedimentos e rituais que se seguem a este momento solene.

Causa da morte e repercussão:

De acordo com o Padre Paulo Ricardo, a causa da morte do Papa Francisco foi um derrame cerebral, seguido de coma e parada cardiorrespiratória. O Padre ressaltou a natureza inesperada da morte, contrastando-a com os falecimentos recentes de outros Papas, que foram precedidos por períodos de maior fragilidade.

Ritos e cerimônias, conforme explicação do Padre Paulo Ricardo:

Padre Paulo Ricardo explica que, durante as missas, o nome do Papa Francisco será inserido no lugar dos falecidos, e não mencionado da forma habitual. Ele detalha os ritos e cerimônias que ocorrem após a morte do Papa, incluindo a cerimônia de reconhecimento oficial do falecimento e o velório na Casa Santa Marta.

Cronograma dos próximos eventos:

O Padre Paulo Ricardo aborda o cronograma dos próximos eventos, como a reunião dos cardeais para determinar a data do sepultamento e a transladação do corpo para a Basílica de São Pedro. Ele destaca as diferenças entre o funeral de um Papa reinante e o de um Papa emérito, usando o funeral de Bento XVI como exemplo. O Padre também menciona os "novendiales", os nove dias de orações pela alma do Papa falecido.

Preparativos para o Conclave:

Padre Paulo Ricardo também discute os preparativos para o conclave, onde os cardeais se reunirão para eleger o novo Papa. Ele conclui seu vídeo com um apelo à oração pela alma do Papa Francisco e pelo colégio dos cardeais.

Podemos expandir a lista de possíveis candidatos a papa (“papabili”) com base em informações recentes da mídia, análises de especialistas e tendências no Colégio de Cardeais, considerando o contexto do conclave de 2025. A escolha do próximo papa é imprevisível, mas alguns nomes adicionais despontam como viáveis devido a sua influência, perfil ideológico ou representatividade geográfica. Abaixo, complemento a lista anterior com novos nomes e explico por que são considerados papabili, mantendo a análise crítica e fundamentada.

Novos nomes Papabile para o Conclave de 2025

1 Cardeal Mario Grech (Malta, 68 anos)

Por que é papabile? Secretário-Geral do Sínodo dos Bispos, Grech é próximo ao Papa Francisco e desempenhou um papel central na promoção da sinodalidade, uma prioridade do pontificado de Francisco. Sua habilidade em articular reformas e sua posição moderada o tornam um candidato atraente para cardeais que buscam continuidade. Representa uma Europa menos tradicional, o que pode agradar a eleitores que querem um papa fora do eixo italiano.
Desafios: Sua experiência é mais administrativa do que pastoral, e Malta é um país pequeno, o que pode limitar sua projeção global.
Fonte: Mencionado como forte candidato em VEJA e Brasil de Fato.

2 Cardeal Juan José Omella (Espanha, 79 anos)

Por que é papabile? Arcebispo de Barcelona, Omella é conhecido por sua humildade, foco na justiça social e abordagem pastoral inclusiva, alinhada com Francisco. Sua idade avançada não é um obstáculo, já que papas como João XXIII foram eleitos em idades similares. Ele vive de forma modesta, o que ressoa com a visão de uma Igreja mais simples.
Desafios: Conservadores podem desconfiar de sua proximidade com Francisco, e sua liderança na Igreja espanhola foi criticada por lentidão em investigações de abusos.
Fonte: Citado pelo G1 como um nome em ascensão.

3 Cardeal Pierbattista Pizzaballa (Itália, 59 anos)

Por que é papabile? Patriarca Latino de Jerusalém, Pizzaballa é um nome emergente devido à sua atuação em uma região de conflitos, demonstrando habilidade diplomática e compromisso com o diálogo inter-religioso. Sua juventude é um trunfo para um papado longo, e sua origem italiana pode atrair cardeais que desejam um retorno ao “tradicional”.
Desafios: Sua exposição internacional é limitada, e o conflito no Oriente Médio pode polarizar opiniões sobre sua candidatura.
Fonte: Mencionado em posts no X como um dos “mais papáveis”.

4 Cardeal Charles Maung Bo (Mianmar, 76 anos)

Por que é papabile? Arcebispo de Yangon, Bo é um defensor da justiça social e do diálogo inter-religioso em um país de tensões étnicas e religiosas. Nomeado cardeal por Francisco em 2015, representa a crescente influência asiática na Igreja. Sua postura progressista em questões sociais o alinha à “Agenda Francisco”.
Desafios: A instabilidade política em Mianmar pode ser vista como um risco, e sua projeção global é menor que a de outros asiáticos, como Tagle.
Fonte: Incluído na lista de papabili da Folha de S.Paulo.

5 Cardeal Anders Arborelius (Suécia, 75 anos)

Por que é papabile? Bispo de Estocolmo e primeiro cardeal escandinavo, Arborelius é elogiado por Francisco por sua capacidade de diálogo. Ele combina abertura a temas como divórcio com uma postura conservadora em questões como o diaconato feminino, o que pode atrair cardeais de diferentes espectros. Representa uma Europa periférica, menos associada às disputas da Cúria.
Desafios: A Igreja sueca é pequena, e sua experiência pastoral é limitada em comparação com cardeais de grandes arquidioceses.
Fonte: Listado entre os 12 papabili do The College of Cardinals Report, citado pela Folha.

6 Cardeal Joseph Tobin (EUA, 72 anos)

Por que é papabile? Arcebispo de Newark, Tobin é um progressista alinhado com Francisco, conhecido por sua defesa de imigrantes e abordagem pastoral acolhedora. Sua experiência nos EUA, um país-chave para a Igreja, e sua formação redentorista o tornam um candidato carismático.
Desafios: A ideia de um papa americano é tabu devido ao poder geopolítico dos EUA, o que pode gerar resistência.
Fonte: Mencionado como possível sucessor em Brasil de Fato.

7 Cardeal Jaime Spengler (Brasil, 64 anos)

Por que é papabile? Arcebispo de Porto Alegre e presidente da CNBB, Spengler foi nomeado cardeal por Francisco em dezembro de 2024, o que o coloca como um nome novo e relevante. Sua juventude, experiência pastoral e origem latino-americana (com raízes germânicas) podem atrair eleitores que buscam um papa do Sul Global com apelo europeu.
Desafios: Sua projeção internacional é limitada, e a recente nomeação pode indicar que ele ainda não tem a influência necessária.
Fonte: Citado como eleitor e possível candidato pelo Metrópoles e UOL.

Atualização da lista completa de Papabile

Com os novos nomes, a lista consolidada de possíveis candidatos a papa, incluindo os mencionados anteriormente, é a seguinte (em ordem alfabética, sem ranking):

1 Anders Arborelius (Suécia, 75 anos) – Progressista, diálogo inter-religioso.
2 Charles Maung Bo (Mianmar, 76 anos) – Progressista, foco em justiça social.
3 Fridolin Ambongo Besungu (Rep. Dem. do Congo, 65 anos) – Progressista, ambientalista, anticolonial.
4 Jean-Marc Aveline (França, 66 anos) – Moderado, diálogo com imigrantes.
5 Juan José Omella (Espanha, 79 anos) – Progressista, pastoral inclusivo.
6 Luis Antonio Tagle (Filipinas, 67 anos) – Progressista, carismático, possível primeiro papa asiático.
7 Mario Grech (Malta, 68 anos) – Moderado, defensor da sinodalidade.
8 Matteo Zuppi (Itália, 69 anos) – Progressista, enviado papal em conflitos.
9 Odilo Pedro Scherer (Brasil, 75 anos) – Moderado, forte na América Latina.
10 Péter Erdő (Hungria, 72 anos) – Conservador, defensor da doutrina tradicional.
11 Peter Turkson (Gana, 76 anos) – Progressista, possível primeiro papa negro.
12 Pietro Parolin (Itália, 70 anos) – Moderado, diplomata experiente.
13 Pierbattista Pizzaballa (Itália, 59 anos) – Moderado, jovem, diplomático.
14 Robert Sarah (Guiné, 79 anos) – Conservador, defensor da liturgia tradicional.
15 Jaime Spengler (Brasil, 64 anos) – Moderado, novo cardeal latino-americano.
16 Joseph Tobin (EUA, 72 anos) – Progressista, pastoral acolhedor.

Notas:

Cardeais como Marc Ouellet (Canadá, 80 anos) e Christoph Schönborn (Áustria, 80 anos) são mencionados, mas não são eleitores, o que reduz suas chances, embora não as elimine completamente.

Raymond Leo Burke (EUA, 76 anos) e Timothy Dolan (EUA, 75 anos) aparecem em listas, mas são menos cotados devido a polarização ou falta de apoio amplo.

Dom Sérgio da Rocha (Brasil, 65 anos) é mencionado como um brasileiro com potencial, mas menos destacado que Spengler ou Scherer.

Por que esses nomes foram adicionados?

Diversidade geográfica: Francisco nomeou cardeais de regiões periféricas (Ásia, África, América Latina), aumentando a chance de um papa não europeu. Nomes como Bo, Grech e Tobin refletem essa tendência.


Equilíbrio ideológico: A lista inclui progressistas (Grech, Tobin), moderados (Pizzaballa, Omella) e conservadores (Erdő, Sarah), capturando as divisões no Colégio de Cardeais.


Juventude e longevidade: Candidatos mais jovens, como Pizzaballa e Spengler, são vistos como opções para um papado duradouro, enquanto nomes como Omella podem ser escolhas transitórias.


Relevância recente: A nomeação de Spengler em 2024 e a visibilidade de Grech no Sínodo destacam sua ascensão.

Análise Crítica

Embora a mídia e especialistas listem esses nomes, o conclave é notoriamente imprevisível. O ditado italiano “Quem entra no conclave como papa, sai como cardeal” reflete a tendência de candidatos menos cotados, como Jorge Bergoglio em 2013, emergirem como consenso. Além disso:

Influência de Francisco: Cerca de 80% dos eleitores foram nomeados por Francisco, o que favorece candidatos progressistas ou moderados, como Zuppi, Tagle ou Grech.


Tensões políticas: Conservadores como Sarah ou Erdő podem atrair apoio de cardeais que desejam reverter reformas, mas enfrentam resistência de eleitores alinhados a Francisco.


Surpresas regionais: Um papa africano (Turkson, Ambongo) ou asiático (Tagle, Bo) seria histórico, mas a resistência a um “outsider” pode favorecer italianos como Parolin ou Zuppi.

Além dos nomes amplamente citados, outros cardeais emergem como possíveis papabili. Mario Grech, de Malta, é um defensor da sinodalidade, enquanto Juan José Omella, da Espanha, reflete a humildade pastoral de Francisco. Pierbattista Pizzaballa, jovem patriarca de Jerusalém, traz frescor diplomático, e Charles Maung Bo, de Mianmar, representa a Ásia em ascensão. Anders Arborelius, da Suécia, e Joseph Tobin, dos EUA, oferecem perspectivas periféricas, enquanto o brasileiro Jaime Spengler, recém-nomeado, reforça a força latino-americana. Esses nomes, aliados aos favoritos, mostram a complexidade de um conclave que pode surpreender o mundo.