Paulo Betti mistura memórias e militância em nova investida ideológica

Ator relembra trajetória artística, mas não resiste ao velho hábito de atacar colegas com opiniões diferentes e repetir o script político de sempre

· 1 minuto de leitura
Paulo Betti mistura memórias e militância em nova investida ideológica
Reprodução

Aos 72 anos, Paulo Betti lançou sua "Autobiografia Autorizada", mas, ao invés de apenas recordar histórias da carreira, voltou a ocupar o palco da política com velhos discursos. Em entrevista à VEJA, disse conhecer todos os colegas que votaram em Bolsonaro e lamentou: “Tem uma hora que dá um certo enjoo”. Sobrou até para Regina Duarte, criticada por, segundo ele, ignorar o passado de Bete Mendes.

Betti, que há décadas mistura arte com ativismo, classificou opiniões contrárias como “desvio psicológico ou de caráter”. Ainda assim, tentou amenizar o tom, dizendo respeitar as escolhas ideológicas. Aparentemente, desde que elas não contrariem as suas. Entre uma lembrança e outra, saiu em defesa da Lei Rouanet e reviveu os tempos em que subia nos palanques ao lado de Lula.

A entrevista revela um artista que, mesmo talentoso, não consegue se desvencilhar do roteiro político de sempre. O tempo passa, mas Betti ainda parece mais confortável como militante do que como narrador de sua própria história.