Pauta arrecadatória no Senado força governo a negociar

Proximidade do início oficial das disputas eleitorais contamina debate e reabre "toma lá, da cá" no Congresso Nacional

· 1 minuto de leitura
Pauta arrecadatória no Senado força governo a negociar
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O início de junho trouxe à tona um novo ciclo de negociações no Congresso Nacional. De um lado, o governo federal busca aumentar a arrecadação com medidas como a taxação de importações abaixo de 50 dólares e a compensação pela desoneração da folha de pagamentos. Do outro, disputas eleitorais municipais já começam a influenciar as discussões.

Na sessão de terça-feira, a temperatura subiu no Senado após a retirada do imposto sobre compras em sites chineses pelo relator Rodrigo Cunha. A proposta previa uma taxa de 20% para compras abaixo de 50 dólares, mas foi retirada para posicionar Cunha como candidato a vice-prefeito em Maceió, e expor seu adversário local, Arthur Lira, presidente da Câmara. Embora o líder do governo no Senado, Jaques Wagner, tenha garantido que a cobrança deve ser reinserida durante a votação no plenário, o dano à imagem de Lira já está feito.

Além disso, o governo enfrenta desafios com medidas compensatórias para manter o crescimento das despesas. A proposta de limitar o uso de créditos tributários do PIS/Cofins para cobrir a queda de arrecadação afeta diretamente o agronegócio, setor vital para a economia. A movimentação da bancada do agro não deve tardar, e o governo deve enfrentar mais insatisfação. As dificuldades para o equilíbrio fiscal estão se acumulando, e a busca por apoio nas prefeituras continua com propostas como a antecipação da cobrança do ITBI, ainda sob questionamento judicial. As eleições municipais estão apenas começando, mas já mostram seu impacto nas negociações do Congresso.