Um estudo da pesquisadora Camila Nunes Dias, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), revela que o Primeiro Comando da Capital (PCC) realiza um “censo do crime” para monitorar e expandir sua influência. Este levantamento, feito quinzenalmente, visa contar e classificar membros de facções rivais e aliados, otimizando recursos e estratégias. A pesquisa destaca que o PCC utiliza esses dados para planejar sua expansão territorial e ajustar suas operações.
O estudo mostra que, após uma aliança com o Comando Vermelho (CV) rompida por disputas, o PCC passou a realizar censos mais detalhados. A facção monitora seus adversários e ajusta sua atuação para evitar violência excessiva, preferindo uma abordagem estratégica que evita a atenção da polícia e da mídia. Camila Nunes Dias revela que, apesar das dificuldades, o PCC mantém uma estrutura eficiente para controlar e expandir sua influência no Brasil.
O “censo do crime” não segue um padrão rigoroso, mas a facção usa essas informações para fortalecer áreas frágeis e evitar a escalada de conflitos. Essa estratégia reflete uma abordagem calculada e pragmática, similar à de grandes corporações, e é parte de um projeto mais amplo para entender as dinâmicas da violência no Brasil.