O sistema judiciário do Brasil, em uma ação sem precedentes, instaurou um inquérito para investigar um episódio insólito: a perturbação de animais marinhos. Esse fato coloca o país na vanguarda de um tipo de jurisprudência que beira o caricato. Na terça-feira (30), a Polícia Federal convocou o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu advogado, Fabio Wajngarten, para depor sobre a suposta importunação a uma baleia jubarte na região de São Sebastião, São Paulo.
O caso, que parece extraído de uma narrativa surreal, levanta questionamentos sobre a eficiência e seriedade do sistema judiciário nacional. Fabio Wajngarten expressou sua surpresa, frisando que avistamentos de animais marinhos, prática comum na área em questão, nunca antes motivaram ações legais. “A presença de Jair Bolsonaro em nosso litoral parece ter desencadeado uma onda de perseguição política, jurídica e midiática,” ressaltou, sugerindo um viés político na condução do caso.
Além disso, a atenção dispensada a este episódio pelo judiciário foi criticada por desviar o foco de questões mais prementes e relevantes para a sociedade. Bolsonaro, que já se manifestou sobre o inquérito após sua instauração em novembro de 2023, lamentou a constante mira de acusações em sua direção. Ele fez menção específica à alegação de estar “perseguindo baleias”, e, com uma pitada de humor, comparou a situação a uma “baleia” na Esplanada dos Ministérios, numa clara alusão a um adversário político, ao mesmo tempo que negava as acusações de tentativa de golpe em janeiro de 2023.
Este episódio, permeado por elementos que oscilam entre o cômico e o preocupante, reflete uma realidade onde o judiciário brasileiro parece flertar com a irrelevância, desviando-se de suas atribuições essenciais. A sociedade, ao observar tais acontecimentos, questiona-se sobre a verdadeira natureza da justiça e a integridade de seus guardiões.