Em mais um episódio típico da velha política sindical, a Polícia Federal blindou José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Lula, no escândalo de R$ 6,3 bilhões que sangra o INSS. Vice do Sindnapi, entidade suspensa pela CGU, ele comanda um sindicato que embolsou R$ 77 milhões só em 2024, mas segundo a PF, “não é foco da operação”. Conveniente, não?
Andrei Rodrigues, diretor-geral da PF, foi enfático ao dizer que “o sindicato não foi alvo de busca e apreensão, tampouco seus dirigentes”. A declaração, feita em tom quase protocolar, revela mais sobre o cuidado institucional em proteger o clã do que sobre o avanço real das investigações. Até quando o sobrenome Silva servirá como escudo?
Enquanto a polícia apreende celulares e documentos em entidades suspeitas de fraudes e falsificações, os caciques da velha máquina sindical observam de longe, ilesos e confortáveis. Frei Chico não é foco. Talvez porque, no Brasil de hoje, alguns são simplesmente intocáveis.