O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou que equiparar o crime organizado ao terrorismo seria “equivocado” e traria “consequências nefastas” ao país. Segundo ele, a medida causaria “tumulto processual” e poderia afetar bancos e relações comerciais. O discurso, no entanto, foi visto como tentativa de enfraquecer a proposta que busca enquadrar facções como PCC e Comando Vermelho sob leis mais rígidas.
Rodrigues alegou que as condutas possuem “naturezas jurídicas diferentes”, mas especialistas apontam que as facções atuam com a mesma estrutura, método e violência de grupos terroristas. A resistência dentro da PF levanta suspeitas de pressão política para preservar brechas legais que dificultam o combate ao crime organizado.
Enquanto o Congresso discute o projeto, o governo mantém postura ambígua. Para analistas, negar o caráter terrorista das facções é fechar os olhos ao poder paralelo que desafia o Estado, financia armas e espalha o medo nas ruas do Brasil.