O procurador-geral da República, Paulo Gonet, solicitou ao STF a suspensão da liminar do ministro Gilmar Mendes, que anulou as condenações de José Dirceu na Operação Lava Jato. Gonet argumenta que a decisão de Mendes fez uma “conexão inexistente” entre o caso de Dirceu e o de Lula, questionando a aplicação da tese de parcialidade do ex-juiz Sérgio Moro, apoiada pelo ministro.
A decisão de Gilmar Mendes, que qualificou a conduta de Moro como uma “confraria”, foi criticada pela Procuradoria-Geral, que aponta ausência de desvios processuais no julgamento de Dirceu. Condenado a 23 anos pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, o ex-ministro havia sido julgado com base em provas robustas, evidenciando ligações com propinas em contratos da Petrobras.
Deltan Dallagnol, ex-coordenador da Lava Jato, também reagiu ao termo “confraria” utilizado por Mendes. Para Dallagnol, o verdadeiro conluio é do sistema, que alimenta uma “festa da impunidade dos corruptos”, destacando o histórico de condenações de Dirceu em diversos casos.