A Polícia Civil de São Paulo deflagrou a Operação Falso Mercúrio e atingiu em cheio a engrenagem financeira que sustentava a facção. Com cerca de cem agentes em campo, foram cumpridas 54 medidas judiciais, incluindo seis prisões e 48 buscas, desmantelando um sistema estruturado para movimentar dinheiro do tráfico, estelionato e jogos ilegais.
A investigação revelou três núcleos de atuação — principais, coletores e beneficiários — funcionando como um verdadeiro banco clandestino. Empresas de fachada, contas pulverizadas e transações fragmentadas permitiam ocultar valores em larga escala, oferecendo à cúpula criminosa um serviço de lavagem terceirizado, que reduzia riscos e deixava o rastro cada vez mais discreto.
O bloqueio de 57 contas, o sequestro de 49 imóveis, três embarcações e a restrição de 257 veículos expuseram o patrimônio milionário que sustentava a estrutura. O avanço da operação demonstra que, quando há vontade e rigor, o Estado consegue atingir o bolso da criminalidade — justamente onde a facção menos gosta de ser tocada.