Dormir, uma necessidade essencial à vida, reflete um dos mais simples atos de entrega do ser humano: o relaxamento do corpo e da mente. No entanto, a privação do sono é mais do que um incômodo passageiro. Pode levar à loucura, doenças graves e até à morte. Historicamente utilizada como tortura, a ausência de repouso é, hoje, uma ameaça silenciosa numa sociedade que abandonou hábitos saudáveis e se entregou ao caos da modernidade.
Apesar de parecer fácil levar uma vida bucólica e tranquila, como sugere o imaginário romântico de um chá de camomila e noites embaladas por sonhos serenos, a realidade contemporânea é outra. A promessa de simplicidade foi substituída por estímulos incessantes, impostos pela cultura do “sempre conectado”. Com as demandas modernas, trocamos a paz do criado-mudo por um celular carregado de notificações e séries intermináveis, uma realidade que nos impede de encontrar o tão almejado descanso.
Nessa era de cobranças infindáveis e obras constantes no apartamento vizinho, o sono tornou-se um privilégio para poucos. A verdadeira solução para a crise do descanso está na recuperação de valores que rejeitam o ritmo insano e defendem a qualidade de vida. Apenas assim, rompendo com os excessos da modernidade, será possível devolver ao sono o papel essencial que ele ocupa em nossas vidas.